Algumas notícias que li esta semana me fazem crer em um mundo um pouquinho melhor e mais consciente. Uma dessas novidades animadoras é a inauguração, para setembro, da loja In.gredients, na cidade de Austin, no estado norte-americano do Texas. Seria apenas mais uma mercearia, algo corriqueiro em qualquer bairro de qualquer parte do planeta. O diferencial desta, no entanto, será comercializar produtos sem embalagens.
Para levar para casa qualquer um dos inúmeros itens à disposição na In.gredients – arroz, açúcar, ovos, leite, farinhas, verduras e frutas, entre outros – o cliente precisará ter em mãos os recipientes adequados. Eles são devidamente pesados antes e depois de abastecidos para que se pague apenas pelo conteúdo adquirido. Quem não trouxer seus potes, caixas e garrafas pode adquirir embalagens biodegradáveis que a própria mercearia venderá.
Claro, a loja também não vai oferecer sacolas descartáveis. O freguês que venha com sua sacola durável ou seu carrinho de compras. Assim funciona também o minimercadoUnpackaged (algo como “sem embalagem” em português), com seu jeitão de vendinha de interior da década de 1950, aberto há dois anos em plena moderníssima Londres.
Aí alguém vai dizer: “boa iniciativa, mas o que lojinhas insignificantes podem ajudar na mudança de comportamento diante de cadeias e mais cadeias de hipermercados que nos empurram goela abaixo toneladas de embalagens?”. Outros acharão um absurdo retrocesso, uma volta ao passado quando nossos avós carregavam suas compras a granel, sem bandejas de isopor, nem embalagens a vácuo, muito menos sacolinhas plásticas.
Sempre digo – e não canso de repetir – que estamos diante de uma era onde odesperdício não tem mais vez. Somos quase 7 bilhões de seres consumindo avidamente recursos cada vez mais escassos. Versões repaginadas de boas e velhas ideias são bem-vindas. Até mesmo o hábito de compartilhar carona ou objetos que temos em casa, como as iniciativas dos sites Caronetas e Descolaaí, já divulgados no Planeta Sustentável e neste blog.
Esses pequenos gestos nos remetem aos tempos em que a vida era mais simples, humana, amigável, comunitária, sustentável. Aos poucos, timidamente, tudo isto está voltando. É para o nosso próprio bem.
FONTE: PLANETA sustentável