As mães não inventaram o Dia das Mães,
o comércio inventou o Dia das Mães.
As mães inventaram o colo carinhoso,
o beijo lambuzado de sorvete, o abraço cheio de areia e barro,
as mãozinhas sujas de tinta
em seu vestido novo.
As mães inventaram o doce olhar
lacrimoso no dia do casamento
do filho.
O que as mães verdadeiramente
inventaram foi o Dia do Filho.
Sem data marcada no calendário,
o Dia do Filho é o dia glorioso
em que ela descobre que vai ser mãe,
é o dia de 9 meses em que ela
acaricia a esperança crescendo
e recrescendo em seu túmido ventre,
é o bendito dia em que finalmente
ela abraça o filho e o coloca ao peito.
O Dia do filho é cada dia, cada hora,
cada minuto e cada segundo
de vida compartilhada,
porque para as mães a invenção
suprema não aparece em nenhum
calendário, nem tampouco está à venda
e muito menos é comprada com cartão
de crédito.
A invenção suprema é o milagre
de poder passar toda a sua vida
dizendo ‘meu filho’.
Thaís Weigert