Estreia do GNT vai mostrar como é o parto nas diferentes culturas do mundo

Estreia do GNT vai mostrar como é o parto nas diferentes culturas do mundo

Comandado pela obstetra Mayra Calvette e pelo marido Enrico, “Parto pelo Mundo” exibe as formas de nascer em 25 países da América do Norte, Europa e Ásia

Andressa Basilio

Foto/Crédito: Divulgação GNT

Quando um bebê nasce no Camboja, a mulher que lhe deu a luz precisa se manter aquecida por dez dias, com touca de lã na cabeça e fogo embaixo da cama. A ideia é recuperar todo o calor, toda a energia perdida com o parto. Já no Nepal, a placenta é considerada um anjo protetor do bebê, por isso, após o nascimento, ela é levada pelo pai da criança e enterrada na montanha mais alta perto de casa para se manter em segurança. Essas e outras curiosidades estarão na nova série Parto Pelo Mundo, que estreia no canal GNT, a partir deste domingo (05/05), às 23h30.

Os episódios trazem a experiência da enfermeira obstetra Mayra Calvette e de seu marido Enrico. Os dois passaram nove meses viajando para 25 países da América do Norte, Europa e Ásia. A intenção do projetoera investigar como eram realizados os partos nas diferentes culturas e quais significados ele adquiria para a sociedade.

Em entrevista a CRESCER, a obstetra falou um pouco sobre os desafios do programa e revelou o que viu de mais interessante pelo caminho. Confira:

CRESCER: Como surgiu a ideia do projeto “Parto pelo Mundo”?
MAYRA CALVETTE: Fazia um ano e meio que meu marido e eu morávamos nos Estados Unidos, mas estávamos sentindo que era hora de voltar. Ao mesmo tempo, vimos que nós já tínhamos nos desapegado das coisas daqui do Brasil e, por isso, decidimos que antes a gente deveria viajar, aproveitar que não temos filhos. Então, me veio essa ideia. Em vez de apenas passear, eu ia investigar e registrar as diferentes formas de se nascer. Compramos uma câmera, aprendemos a filmar e a editar vídeo e lá fomos nós.

C.: Vocês passaram por 25 países, entre América do Norte, Europa e Ásia. Como foi a escolha dos lugares?
M.C.:
 Da maneira mais básica possível: a gente colocava o mapa na mesa e circulava os países onde queríamos estar. Teve alguns que eu queria conhecer desde que estudei aqui no Brasil que o sistema de saúde público era uma maravilha para grávidas. A gente considerava também lugares onde tínhamos amigos morando por ser mais fácil de conseguir estadia. Como o Enrico é bom de planilha, era ele quem coordenava a ordem da viajem. Era sempre muito corrido, porque filmávamos a manhã e tarde e, de noite, planejávamos os próximos passos.

C.: Fale um pouco das suas impressões: quais países mais chamaram a atenção? O que viram de melhor e de pior em cada lugar?
M.C.: Olha, me impressionei muito com extremos diferentes. No sentido do desenvolvimento, os países europeus, como Alemanha, Holanda e Inglaterra, são fantásticos. A Nova Zelândia é simplesmente impressionante. Lá, as mulheres podem optar se querem ter o bebê no hospital, em casa ou nas chamadas casas de parto e é tudo financiado pelo governo. Depois do nascimento da criança, a enfermeira obstetra e acompanha a recuperação da mulher por seis semanas, auxiliando em todos os cuidados. Já em países do oriente, com o Nepal e Tibet, tudo é mais pobre. Muitas mulheres vivem em casa de palha, sem água encanada e esgoto e lá elas dão a luz, mas é a espiritualidade que chama a atenção. É uma cultura muito reservada, mas muito bonita. No Butão e Nepal, a placenta é considerada um semideus, um anjo protetor da criança. Os pais precisam enterrá-la na montanha mais alta, na bifurcação de um rio ou num caminho especial. No Camboja, as mulheres que perderam energia dando bebê à luz ficam deitadas e aquecidas por dez dias para se recuperar. É tudo muito espiritual e bonito.

C.: Você, como obstetra, pode fazer muitas comparações entre o nosso sistema de parto e o sistema dos outros países. Sob esse aspecto, o que você acha que o Brasil ainda precisa melhora no atendimento às gestantes?
M.C.: Nos outros lugares do mundo, a gravidez é tratada como processo natural. A mulher está gerando uma vida, simples assim. Até que ela apresente uma doença, é tratada por enfermeiras obstetetras. Aqui, as gestantes passam em consulta com médicos especialistas altamente qualificados e têm seus bebês, na maioria das vezes, em hospitais. Existe ainda muito preconceito com mulheres que preferem dar à luz em casa, é como se elas estivessem colocando a criança em risco. Nos países por onde eu passei não tem isso. Outra coisa, a maioria das mulheres faz e quer o parto normal. Na Holanda, por exemplo, o índice de cesárea é de apenas 14%. Existe até uma piadinha por lá que diz que mulher que escolheu cesárea deve ser brasileira. Acho que o Brasil tem muito que aprender com estes países. Eles conseguiram balancear bem a questão da tecnologia com a natureza. Hoje já existem muitas pessoas aqui com a cabeça mais aberta, o país está mudando devagar. E a nossa série serve muito para isso também, para ajudar a mostrar que existem outras possibilidades que podem ser mais bacanas, mais humanizadas. Existem outras formas de tornar o nascimento do bebê um momento ainda mais especial.

 

FONTE: Revista Crescer

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