Educar as crianças financeiramente

Educar as crianças financeiramente

 

Por onde começar?

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A volta às aulas, com toda a motivação pelo novo, pode ser o momento ideal para iniciar a educação financeira das crianças. Costumo dizer que, no que se trata da relação do indivíduo com o dinheiro, quanto mais cedo se começa melhor é o resultado.

Isso é algo que vejo e confirmo nas minhas pesquisas: crianças que já na primeira infância tinham contato com o dinheiro desenvolvem o senso matemático com mais facilidade, compreendem o conceito de valor e se sentem mais seguras e independentes em suas escolhas.

No entanto, muita gente ainda não teve acesso a este conhecimento porque o tema dinheiro, assim como a morte e o sexo, gera um certo desconforto na sociedade, mesmo no século XXI. Por desconhecimento e despreparo, falar com as crianças sobre o tema dinheiro acaba sendo negligenciado. Sabendo disso, vamos dar umas dicas para vencer estas barreiras com o tema:

– Na volta às aulas, mesmo com as crianças pequenas (a partir dos quatro anos), experimente fazer com que elas participem da compra do material escolar procurando o preço mais em conta nas prateleiras das lojas. Mostre a diferença de valores sempre usando comparativos (com a diferença de dois reais podemos comprar uma régua, com mais dois reais é o valor de um sorvete, como exemplos).

– Mostre as moedas e as notas de Real para que elas se familiarizem com o dinheiro. Nossas notas tem belos exemplares da fauna brasileira e um design interessante para elas associarem o valor a algo belo. Não deixe o dinheiro solto na mão de crianças sem a supervisão de um adulto, para que não queiram pôr na boca “para sentir o gosto”, como já vi várias vezes. Explique conceitos de soma e subtração usando as moedas e notas – uma nota de um Real equivale a dez moedas de dez centavos, ou duas de cinqüenta centavos, assim por diante. Trabalhe com números fáceis para a criança assimilar tanto a matemática quanto o valor.

– Cuidado ao associar o trabalho e o dinheiro como coisas “ruins” e “sujas”. Infelizmente, mesmo entre pessoas com excelente bagagem cultural ainda há disseminado o conceito do dinheiro (notas e moedas) ser algo sujo e o trabalho algo doloroso. Os objetos do cotidiano tem germes neles assim como moedas e notas, e nem por isso dizemos que são “sujos”. Quanto ao trabalho, costuma ser resultado de nossas escolhas conscientes ou inconscientes, portanto não é uma punição ou sacrifício – se for, comece a analisar como melhorar sua relação com ele – e para muita gente é fonte de realização pessoal. O salário recebido é resultante desta escolha, deixe isso claro para a criança, pois no futuro ela fará escolhas que irão impactar na vida profissional e financeira.

– Estimule o pensamento empreendedor na criança apontando casos de sucesso tanto na família quanto na sociedade. Pessoas que começaram com poucos recursos e que hoje tem sucesso profissional são exemplos excelentes que motivam a criança a um dia fazer o mesmo. Mostrar que toda empresa começa pequena e vai gradualmente ganhando profissionalismo também auxilia muito, pois fica claro para a criança que é possível conquistar o sucesso com disciplina, determinação e persistência, qualidades que serão importantíssimas para ela tanto na vida financeira como social e profissional.

Fonte: Vila Mulher.

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