Sejamos sinceras: os primeiros meses com o bebê em casa são um caos. Você amamenta e troca fraldas praticamente o dia inteiro! Se mal dá tempo de tomar um banho demorado, quem dirá fazer ginástica… O único problema é que aquela barriguinha flácida continua ali para lembrar que, uma hora ou outra, você vai ter de levar a dieta a sério. OK, dá preguiça só de ler, mas saiba que é possível começar a perder peso desde os primeiros dias após o parto e, o que é melhor, sem muito esforço. Que o diga a jornalista Myrian Clark, mãe dos gêmeos Maria Clara e Pedro, 11 anos, e Luísa, 7. “Depois que meus filhos nasceram me dei conta que cuidar de um bebê é uma ginástica incrível”, conta ela, que engordou 20 quilos na primeira gestação e nove na segunda. “Felizmente, eles foram embora rápido, pois eu amamentava. Só que a flacidez continuou me incomodando.” Um dia, Myrian notou que, ao contrário do abdômen, os braços estavam ficando musculosos – graças aos cuidados com os recém-nascidos. Então, resolveu adaptar a rotina com os filhos de maneira que as tarefas a ajudassem a tonificar o corpo. Se deu certo? Virou até livro (Em Forma com o Seu Bebê, da Ed. Panda Books, R$ 45, que escreveu em parceria com o personal trainer José Alexandre Filho). Para ajudar você a seguir o exemplo dela, conversamos com mães e especialistas em nutrição e exercícios e elencamos as atitudes que vão fazer aquela calça jeans fechar. E sem precisar suar!
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Além de ser uma delícia, amamentar é ótimo para perder peso. Isso porque o organismo usa as reservas de gordura que foram acumuladas na gestação na produção do leite. Para você ter uma ideia, ao produzir os 700 ml do líquido (que é a quantidade que o bebê consome por dia, em média), o corpo queima 640 calorias. E quanto mais o seu filho mama, mais leite você tem, pois o processo é estimulado pela sucção da criança. Natureza sábia, não?
Se por um lado amamentar emagrece, por outro dá a maior fome. Para sair dessa equação cabendo no manequim de antigamente, o segredo é se alimentar bem – o que é diferente de comer demais. “O ideal é fazer de cinco a seis refeições por dia e todas devem ser equilibradas”, diz a nutricionista Bruna Chagas Petrungaro, do Comer e Viver Consultoria Nutricional (SP). Isso significa que seu cardápio tem de ser rico em vitaminas, minerais, fibras e MUITO líquido (água, água de coco e sucos naturais, de preferência). E nem pense em dietas restritivas agora, porque precisa de energia para produzir leite. Quando ficamos muito tempo em jejum, o organismo tende a armazenar gordura abdominal como uma forma de reserva. A consequência, além daquela barriguinha insistente, é a redução do metabolismo: seu corpo só vai gastar energia para as funções vitais, como respirar, o que torna difícil queimar as calorias extras.
Com um bebê pequeno para cuidar, você vai acabar ficando mais tempo dentro de casa. E como segurar a tentação de abrir a geladeira o tempo todo? Incluindo no cardápio alimentos ricos em fibras, como couve, agrião, ameixa, laranja e grãos integrais. Esse nutriente aumenta a saciedade e ainda ajuda na digestão. “Em geral, os hormônios da gravidez e do pós-parto interferem nos movimentos peristálticos do intestino, deixando-o mais lento – o que pode causar constipação”, explica a ginecologista e obstetra Carla Souza Pérez, autora de Sou Mãe… E Agora? e Grávida e Bela (ambos da Ed. Senac). Mas, atenção: é preciso beber muita água, senão as fibras podem ter o efeito contrário e deixar o intestino preso.