Do tradicional álbum a softwares especializados, confira sugestões para não se perder em meio a tantas fotos
Festa de aniversário do seu filho: 345 fotos. Passeio no parque no sábado à tarde: 53 fotos. Viagem de fim de semana à praia: 413 fotos. Primeira ida ao zoológico: 126 fotos. Multiplique isso por meses, anos e some a uma convicção de que qualquer momento pode ser o ideal para uma foto. E pronto: você tem tanta imagem no seu computador que o pobrezinho está pedindo água!
Tudo bem que, agora, você não tem mais de correr para a loja porque esqueceu de comprar o filme a dez minutos do início da festa junina do seu filho. Nem revirar o armário atrás dos negativos daquela festa que sua tia, que mora longe, sempre cobra uma cópia: basta localizar a imagem no computador. Mas a tecnologia traz problemas também. Não apenas porque aparelhos quebram ou apresentam defeitos. Mas por exigir da gente entender um pouquinho deles. No caso da foto digital, há um porém: ela vi-ci-a. Somando-se às fotos feitas por celular, a sensação é uma só: a popularização da imagem digital não tem volta. “É como se não precisasse mais de motivo para fotografar”, diz o fotógrafo Edu Moraes, que não usa mais filme. E de motivo ele entende. Trabalha em uma área que, desde que inventaram a câmera, há sempre um fotógrafo: a do casamento. “Mais gente vai gostar de fotografar e o mundo precisa de novos olhares”, afirma o fotojornalista Daniel Kfouri.
A encrenca da imagem digital é a instabilidade. O negativo e o papel ficam guardados e, a menos que peguem fogo ou tenham fungo, estará tudo lá. A digital não: faltou luz, não pode ver, apertou o botão errado, perdeu tudo. Há, no entanto, programas nas câmeras e até gratuitos disponíveis na Internet, que podem simplificar a organização e o armazenamento e oferecem opções para mudanças nas fotos e enquadramentos. Aproveite o fascínio pelos cliques, dê-se uma chance de entrar nessa brincadeira e trazer essa tecnologia a seu favor. Continue fazendo muitas fotos e divirta-se!
1.Hora de organizar
Organizar suas imagens dá trabalho, mas quanto menos adiar, melhor. Seu micro pode ter uma opção e a maioria das câmeras vem com bons programas. Há também softwares gratuitos ou pagos que, além de catalogarem, possibilitam criar legendas com detalhes da foto. “É como a gaveta de casa: cada um arruma do seu jeito”, diz Edu Moraes
–>Para Daniel Kfouri, o ideal é apagar o que você não gostou logo na hora em que baixa as fotos. “Delete sem dó”, diz. Comece pelas desfocadas (se a intenção não for essa, claro!), as tremidas, subexpostas, ou as redundantes, aquelas quase iguaizinhas! Muitas vezes, não importa a qualidade da foto. “O valor sentimental vale o registro”, afirma Daniel.
–>Assim que baixar as fotos, dê um nome à pasta em que será colocado o grupo de fotos, como “aniversário de 2 anos da Gabi”. Se quiser, pode nomear as fotos com o mesmo programa que você está usando para baixá-las (download).
2.Guarde muito bem
Armazenar foto digital não é problema só de amador, acredite. Lotar a memória do seu computador acontece rápido.
–>Com as fotos no computador já organizadas, grave também um CD ou DVD (as mídias). Em um CD cabem 700 MB (megabytes) e, num DVD, 4,4 GB (gigabytes).
–>Ninguém sabe de fato qual a durabilidade de uma imagem gravada em CD ou DVD. Por isso a dica principal é precaução. Faça o backup do backup do backup do…
–>É importante estar alerta à qualidade da mídia. Compre em lugar confiável e de marcas conhecidas, porque o que vai estar lá é muito valioso.
–>Verifique se o programa que você usou para organizar deixa miniaturas das imagens no computador, mesmo após você ter feito as cópias em CDs ou DVDs. Elas estarão em baixa resolução, como uma espécie de biblioteca virtual. Caso contrário, enumere os CDs e faça uma tabela com o que você gravou em cada um deles (pode ser no Word, no Excel ou mesmo em um caderno).
3.Suas fotos na internet
A maior febre das fotos digitais é colocar na internet e disponibilizá-las para quem você quiser, do amigo que trabalha ao seu lado até um parente que mora distante.
–>Esse é um espaço de imagens em baixa resolução. Ao contrário, podem até travar o computador dos amigos ou a caixa postal. Para circular na Internet, as fotos estarão na resolução 72 DPI, que é quando dizemos que a foto está “em baixa”.
–>Muitos sites armazenam as fotos digitais em álbuns virtuais. Para Edu Moraes, o recurso é ótimo, principalmente porque você não precisa mais se preocupar em enviar as fotos por e-mail. “É possível colocar as fotos em slides e deixar com ou sem senha para os amigos e a família acessarem”.
–>No álbum virtual, é possível colocar todas as fotos de uma vez, por exemplo, uma festa, uma viagem. O dono do álbum informa no título os dados sobre o evento e quem acessa pode incluir comentários.
–>O fotolog funciona diferente. É um diário em que se posta a foto, escreve textos, põe outros tipos de imagens, uma foto mais antiga, o que quiser. Qualquer um pode ver e comentar, mas só você pode postar.
–>Há também os sites de relacionamentos como o Orkut e o Facebook, além de álbuns virtuais como Picasa e Flickr.
4.Papel também é legal
A despeito da evolução tecnológica, o ser humano ainda quer, sim, a foto em papel para colocar em porta-retrato ou emoldurar. “A tecnologia avança, mas os nossos hábitos são muito parecidos com os de 100 anos atrás. Isso é maravilhoso”, diz o fotógrafo André Spinola e Castro.
–>Imprimir em casa ainda não vale o custo-benefício, se for ampliar várias fotos para montar um álbum, por exemplo. Ter impressora de qualidade, papel especial e a tinta ainda é muito caro.
–>Os laboratórios recebem as fotos por Internet, em CD, DVD ou até o próprio cartão com as fotos selecionadas. “Uso o CD regravável. Pode ser mais caro, mas vale a pena para essa finalidade”, diz Edu Moraes.
–>Para ter a qualidade máxima da imagem impressa, o melhor mesmo é fazer as fotos na resolução máxima da sua câmera. Por exemplo, para uma impressão boa no formato 10X15, o ideal é que a câmera tenha a partir de 3 megapixels (cada pixel é um ponto virtual de cor). Mas há variação entre as câmeras, o cartão de memória que armazena a imagem e a sofisticação dos laboratórios. Converse com o especialista da loja antes.
–>Uma sugestão: arquive tudo e, no final do ano, prepare um álbum especial com as principais fotos da sua família!
Dicas dos profissionais
Na hora de identificar os CDs ou DVDs, não use etiquetas e opte por canetas apropriadas para isso, disponíveis em papelarias. “As etiquetas podem esquentar e, como é uma cola, danificar e travar o seu computador”, afirma Edu Moraes, fotógrafo.
“Não pare para ver cada foto que bateu porque a vida passa e você pode perder outra foto. Principalmente ao fotografar crianças, segundos preciosos podem ser perdidos enquando você olha para a câmera!”, André Spinola e Castro, fotógrafo.
FONTE: Revista Crescer