Cresce o número de crianças pequenas diagnosticadas com diabete. Mas, com o avanço da tecnologia, tem ficado mais fácil o controle da doença
Por Nivia de Souza, filha de Tânia e Renato.
Engana-se quem pensa que diabete é uma doença que atinge somente os adultos ou obesos. Cada vez mais, crianças vêm sendo diagnosticadas com esta doença crônica. Independente da idade, para se detectar e controlar a diabete, é preciso analisar o valor da glicemia no organismo. Aos poucos, o procedimento entra como parte da rotina pessoal. Uma picadinha no dedo, uma gota de sangue e pronto: já se pode saber como anda o nível de glicemia no organismo humano.
A diabete do tipo 1 é a mais comum entre as crianças e, ultimamente, o número de diabéticos com menos de cinco anos tem crescido no mundo todo. Segundo Luís Eduardo Calliari, endocrinologista pediátrico e pai de Paula, não existem razões exatas para este aumento, mas acredita que algum fator ambiental esteja fazendo com que o organismo esteja reagindo diferente. Porém, devido ao crescimento da obesidade infantil e da má-alimentação, a diabete do tipo 2 já é encontrada em crianças.
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A principal diferença entre os dois tipos da doença é que a do tipo 1 faz com que a pessoa se torne dependente das doses diárias de insulina, o que não acontece no tipo 2. Ou seja, muitos pequenos estão crescendo e aprendendo a conviver com o controle da diabete.
Avanço tecnológico, avanço no tratamento
O tratamento da diabete mudou no decorrer do tempo. As novas tecnologias proporcionam – além do maior controle da doença – mais conforto, maior privacidade, evitam problemas posteriores e melhoram, significativamente, a qualidade de vida dos diabéticos.
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Em geral, é preciso de duas a quatro injeções de insulina em um dia. “Quanto maior o número de doses, melhor controlada é a doença”, explica Calliari. Cada paciente necessita de doses diferentes e a evolução de cada um mostra o quanto de insulina será preciso. Assim que descoberta a diabete, o tratamento deve ser iniciado. “O paciente necessita de insulina de forma urgente”, afirma o endocrinologista.
Uma das maiores conquistas, segundo Calliari, foi o medidor de glicemia, pois ele permite a automonitorização glicêmica. “O paciente toma insulina, se alimenta, monitora e controla”, resume o médico.
Outro avanço importante é a bomba de insulina. Do tamanho de um celular e preso na cintura, o aparelho possui um cateter, que é inserido no subcutâneo da criança. Assim que o organismo precisar de insulina, é só apertar um botão. Desta forma, o número de picadas de agulha diminui consideravelmente, pois ainda é preciso furar o dedo para se saber a taxa glicêmica.
Crianças diabéticas
Qualquer criança com o nível de glicose acima de 200, associada aos principais sintomas da doença – muita sede, perda de peso e alta frequência ao banheiro – é diagnosticada com diabete. Ela não impede que a criança faça suas atividades normais. Ela pode brincar, rir, se divertir, ir à escola, passear. Ou seja, tudo aquilo que uma criança normal faz. “A diabete dá trabalho, mas não é limitante. Ela exige da família e do paciente. Sou otimista em relação às possibilidades que temos hoje”, conta o endocrinologista.
As refeições, em termos de horários, têm que ser regradas. “Se tiver alguma irregularidade, ela vai dificultar a quantidade de insulina a ser injetada”, explica Calliari. A alimentação, em suma, tem que ser saudável. “Arrisco-me a dizer que as crianças diabéticas comem melhor que as não-diabéticas”, completa.
Não é possível afirmar que a criança será diabética para sempre. “A gente não sabe o que vai acontecer”, diz o médico, que também afirma que o tratamento é diário e caro, apesar de o governo estar distribuindo insulina e seringas para a população.
FONTE: Revista Pais & Filhos