4 dicas para tornar seu filho uma pessoa solidária

4 dicas para tornar seu filho uma pessoa solidária

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Você sonha em educar o seu filho de forma que ele pense no bem dos outros e seja solidário, certo? Uma pesquisa realizada pela Universidade de Harvard (EUA), com 10 mil estudantes e suas famílias, mostrou que essa é a intenção de 96% dos pais: ter filhos éticos e generosos. No entanto, as crianças não estão absorvendo esses valores. De acordo com o levantamento, 80% delas se preocupam mais com a felicidade própria do que com o bem-estar alheio. Para elas, os adultos ficarão mais orgulhosos se a prioridade for conquistar notas altas na escola –participar de atividades comunitárias, por exemplo, não seria algo valorizado pela família.

Os cientistas pedem que os pais revejam o modo como educam os filhos, já que a solidariedade é fundamental para que as crianças sejam cidadãs: não praticarão bullying ou racismo, cultivarão relacionamentos saudáveis, respeitarão diferenças, terão vontade de fazer o bem e, com tudo isso, serão mais felizes.

Mas como fazer com que os filhos entendam essa mensagem e se tornem pessoas solidárias?

Dê o exemplo em casa

O primeiro passo é entender que não basta fazer um discurso que ressalte a importância de ser generoso. “Até a idade pré-escolar, a principal forma de aprendizado da criança é a observação. Ela precisa ter a vivência para internalizar o hábito de ser solidária”, explica Rita Calegari, psicóloga do Hospital São Camilo (SP).

Quando se trata de alimentação, por exemplo, é mais fácil notar a importância de dar o exemplo: os pais que comem verduras serão atendidos quando pedirem para os filhos seguirem uma dieta saudável. Já algo como generosidade é mais sutil. São pequenos gestos, quase imperceptíveis, que farão com que seu filho entenda a importância de pensar no bem-estar do próximo.

A mãe está cansada e ainda precisa preparar o leite das crianças. O pai, diante disso, pode se oferecer a ajudar. Ou, então, sua sogra vai viajar e tem de comprar uma mala nova. Que tal emprestar a sua? São atitudes assim que servirão de exemplo de preocupação com o outro. Não adianta sugerir que seu filho empreste o brinquedo ao amigo se você também se mostrar egoísta no cotidiano. Ser bondoso na nossa própria casa é algo mais trabalhoso do que doar dinheiro a uma instituição, à distância. O desafio é se mostrar tolerante e paciente na convivência com os familiares e amigos.

Não poupe as crianças de todas as situações de sofrimento

Momentos dolorosos são tão importantes quanto os de diversão. “Poupamos as crianças de experiências em que conheceriam a solidariedade, como o velório. Elas poderiam notar a união dos parentes do falecido, as demonstrações de amor e saudade”, exemplifica Calegari. É claro que você precisa levar em conta a maturidade da criança – a exposição a situações de sofrimento deve ser gradual.

A partir dos 3 anos, as habilidades de comunicação e a questão motora do seu filho já estão mais desenvolvidas. Ele estará preparado para entender que, ao visitar um parente no hospital, não poderá gritar nem correr pelo espaço.

Você pode começar a introduzir os problemas gradualmente. A babá da criança faltou ao trabalho porque está com um problema de saúde? Não omita isso – aproveite para explicar que as pessoas podem ficar doentes, se tratar e  ficar boas. A família planejava fazer uma viagem nas férias, mas a situação financeira não permitiu o passeio? Em vez de inventar uma desculpa, conte a seu filho que falta dinheiro para conseguir comprar as passagens. Aos poucos, você perceberá como ele reage diante de cada situação difícil – será esse termômetro que dirá se ele está pronto para novas vivências. “Pode ser que a criança fique ansiosa ou agitada. É um sinal de que é preciso esperar mais um pouco para introduzir determinado assunto a ela”, explica a psicóloga.

Incentive o apoio aos amigos

Seu filho chegou da escola e contou que o pai do colega dele está doente. Converse e aconselhe para que brinque com o amigo e dê carinho a ele. Para explicar a situação, o mais indicado é usar referências do universo da criança. “Lembra quando a vovó foi para o hospital, tomou o remédio e ficou boa? Vai acontecer a mesma coisa com o pai do seu colega.” Com afeto, seu filho entenderá melhor o que está acontecendo.

Caso você não se lembre de alguma experiência semelhante para citar à criança, pode apresentar a ela filmes relacionados ao tema. Rei Leão e Bambi, por exemplo, são bons exemplos de como conviver com o luto.

Ensine que ser feliz também é ver o outro feliz

É claro que você deseja que seu filho seja feliz – não há nada de errado nisso. Só que essa sensação de plenitude depende também da satisfação de quem conviver com a criança. “Os pais precisam entender que felicidade é algo que envolve mais pessoas além do próprio filho”, afirma Calegari. Pense nesse exemplo: você está em uma ótima fase da carreira, mas alguém da família está doente. Não se sentirá feliz, provavelmente, porque quer ver o bem-estar de quem ama.

As crianças, desde cedo, podem absorver esse ensinamento e entender a importância de se contagiar com a alegria dos outros.

Isso evita que ela se torne egocêntrica ou egoísta. E acredite: situações muito simples podem servir como lição. No aniversário do seu filho mais velho, o caçula também ganha presente? O recomendado é que só o primogênito receba as lembranças – cada um tem seu dia especial. E isso não significa uma punição para o mais novo: ele pode ficar feliz justamente porque o irmão está feliz! E claro: os dois podem dividir o brinquedo e se divertir juntos.

Fonte: Revista Crescer.

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