Me esforço muito, como Mãe nutricionista, para estimular hábitos de vida saudáveis para as minhas filhas. Procuro fazer as refeições na mesa, com elas, sem televisão ligada, celular, iPad (nem tenho em casa), sem brincadeiras que tirem o foco do momento, o da alimentação.
Não faço frituras em casa, não consumimos refrigerante, não ofereço sobremesa depois do almoço/janta para não estimular o hábito de comer sobremesa pós refeição, só abro exceção no fim de semana, e mesmo assim, o que ofereço é saudável, se estamos em casa, claro! Procuro preparar tudo em casa e, se possível, com a “ajuda” delas.
Mas me parece que existe uma cultura de oferecer algo doce para agradar a criança. Percebi muitas vezes que em qualquer lugar que eu fosse (do açougue ao médico), sempre ofereciam pirulito/bala/chocolate para as meninas. Eu agradeço e digo, se elas não tiverem visto o “agrado”, que elas não costumam comer, surpreendendo a pessoa que “só estava querendo agradar” a criança.
Nas saídas das escolas, tem sempre alguma porcaria sendo oferecida. Na das meninas, para minha tristeza, é churros e pipoca doce. Imagino que seja um parto sair todos os dias e ter que negar a guloseima ao seu filho, que já está cansado do dia e os Pais, igualmente cansados.
Outro momento que me faz pensar bastante nesta cultura do estímulo ao doce é nas festas de aniversário infantis. Não basta ter todas aquelas opções de doces durante a festa toda – gelatina, docinhos, bala, pirulito. A criança ainda sai da festa com uma lembrancinha que, geralmente, é doce. Não tenho o costume de oferecer lembrancinhas nos aniversários das minhas, mas, se fosse me preocupar com mais isso, pensaria numa lembrancinha que tivesse uma função, que a criança pudesse brincar, usar, vestir.
Por que oferecer o que há de pior para estes pequenos? E imaginando que vão agradar? Não tem outras formas de agradar uma criança que não seja dar doces? Qual é a necessidade de estimular o consumo de preparações que não fazem bem para a saúde? Para que despertar a curiosidade deles em relação ao consumo destes “alimentos”? Quem ganha com isso?