Durante este verão, os jardins da Trilhas renovaram-se, trazendo mais vida e diversidade para os pátios da escola. Em parceria com o Arboreto Green, implementamos um projeto de jardim focado na seleção de plantas nativas brasileiras. Com essa escolha, seguimos tornando o terreno da escola mais diversificado, com um solo mais saudável, capaz de contribuir para a qualidade do ar e nutrir a fauna que coexiste nesse espaço conosco. Toda comunidade Trilhas poderá estudar e se encantar com as marantas, filodendros, guaricanas e samambaias que agora habitam o local. O projeto também serve como um convite à reflexão sobre a conservação dos nossos ecossistemas.
Confira aqui as novas espécies do jardim da Trilhas:
1 – Philodendron spp

Uma planta tropical rara e exuberante, conhecida por suas folhas pendentes e crescimento vigoroso. Sua origem está nas florestas tropicais da América do Sul, onde se adapta bem a ambientes úmidos e sombreados. Folhagem verde vibrante, com folhas alongadas e caídas, criando um efeito cascata. Crescimento rápido e hábito pendente, ideal para vasos suspensos ou treliças. Fácil manutenção, necessitando de solo bem drenado e regas moderadas.
Curiosidades:
1 – Apesar de ser chamado “cascata”, esse nome popular se deve ao formato da planta e não a uma espécie botânica oficial.
2 – Como outros filodendros, ajuda a purificar o ar, removendo toxinas.
3 -Pode ser propagado facilmente por estacas de caule na água ou no solo.
2 – Calathea lutea

Também charuto-de-jardim, é uma planta herbácea tropical perene da família Marantaceae. É notável por seu porte ereto, podendo alcançar até 3 metros de altura, e suas folhas grandes e ovais que chegam a medir mais de 1 metro de comprimento. As folhas possuem uma coloração verde-escura na face superior e uma tonalidade prateada ou esbranquiçada na face inferior, conferindo um contraste visual interessante.
A inflorescência da Calathea lutea é composta por brácteas cerosas em tons de marrom a cobre, com formato que lembra um charuto, daí seu nome popular. Essas brácteas protegem pequenas flores brancas que se desenvolvem em seu interior, sendo menos vistosas, mas igualmente intrigantes.
A Calathea lutea é nativa de regiões tropicais da América Central e América do Sul, abrangendo países como Brasil, Colômbia e Panamá. A planta é encontrada em florestas úmidas e bordas de rios, onde prospera em solos ricos em matéria orgânica e ambientes com alta umidade. Atualmente, também é cultivada em várias regiões tropicais e subtropicais ao redor do mundo devido ao seu valor ornamental.
Curiosidades:
- Uso tradicional: As folhas grandes e resistentes da Calathea lutea são amplamente utilizadas em comunidades tradicionais para embalar alimentos, especialmente em pratos cozidos no vapor, como tamales.
- Material de construção: Em algumas culturas, as folhas também são empregadas na confecção de telhados e outros itens de uso diário, devido à sua durabilidade e resistência à água.
- Atratividade paisagística: É muito utilizada em projetos paisagísticos para criar áreas de sombra natural ou como elemento arquitetônico, devido ao seu porte imponente e aparência exótica.
- Polinizadores e fauna: Suas flores atraem abelhas e outros pequenos polinizadores, contribuindo para o ecossistema local.
- Resistência ao clima: Apesar de preferir locais úmidos, a Calathea lutea demonstra boa adaptação a períodos curtos de seca, desde que plantada em solo adequado.
A Calathea lutea combina beleza ornamental, funcionalidade e importância ecológica, tornando-se uma escolha ideal para jardins e projetos paisagísticos tropicais.
3 – Philodendron xanadu

O Philodendron xanadu é uma planta herbácea perene pertencente à família Araceae. É caracterizada por seu porte compacto e formato arbustivo, podendo atingir até 1 metro de altura e cerca de 1,5 metro de largura. Suas folhas são profundamente lobadas, com uma textura coriácea e coloração verde-escura brilhante, tornando-a uma das espécies mais populares em paisagismo e decoração de interiores.
Ao contrário de muitos Philodendron, que possuem hábito trepador, o xanadu é uma planta de crescimento ereto, o que o diferencia no design de jardins e espaços internos. Sua forma simétrica e densa cria uma estética tropical e elegante.
Origem e distribuição:
O Philodendron xanadu é originário do Brasil, onde cresce naturalmente em florestas tropicais e áreas úmidas. Apesar de ser uma espécie nativa, ganhou popularidade em todo o mundo devido à sua beleza ornamental e facilidade de cultivo, sendo amplamente utilizado em paisagismo tropical.
Curiosidades:
- Confusão taxonômica: Durante muito tempo, o Philodendron xanadu foi comercializado como Philodendron bipinnatifidum, mas estudos genéticos confirmaram que se trata de uma espécie distinta.
- Patente e popularização: Curiosamente, o Philodendron xanadu foi patenteado na Austrália na década de 1980, onde foi propagado comercialmente em larga escala. Desde então, tornou-se um dos favoritos em projetos de interiores e exteriores.
- Filtrador de ar natural: Assim como outras espécies de Philodendron, o xanadu é eficaz na purificação do ar, ajudando a remover toxinas ambientais em espaços internos.
- Versatilidade no paisagismo: É amplamente utilizado como planta ornamental em bordaduras, canteiros sombreados ou como destaque em vasos. Sua forma compacta o torna uma excelente escolha para espaços pequenos.
- Tolerância e durabilidade: É uma planta extremamente resistente, capaz de tolerar condições de pouca luz e variações na frequência de rega.
O Philodendron xanadu é uma escolha versátil e de baixa manutenção para quem busca criar um ambiente tropical e elegante, seja em jardins ou interiores.
4 – Heliconia farinosa

A Heliconia farinosa é uma planta herbácea tropical pertencente à família Heliconiaceae. É conhecida por suas inflorescências eretas ou pendentes, que apresentam brácteas vibrantes de tons alaranjados, amarelos ou vermelhos, contrastando com as flores discretas, geralmente protegidas dentro dessas estruturas. As folhas são grandes, verdes e oblongas, com textura cerosa e nervuras bem marcadas, lembrando as folhas de bananeira, a que são relacionadas.
Essa espécie pode atingir alturas que variam de 1,5 a 3 metros, dependendo das condições de cultivo. É frequentemente encontrada em jardins tropicais por sua beleza exótica e apelo ornamental.
Origem e distribuição:
A Heliconia farinosa é nativa de florestas tropicais da América Central e América do Sul, especialmente em países como Brasil, Colômbia e Venezuela. Naturalmente, cresce em áreas úmidas de florestas tropicais e bordas de rios, onde o solo é rico e há alta umidade.
Curiosidades:
- Polinizadores especializados: A Heliconia farinosa é adaptada à polinização por beija-flores, que visitam suas flores para se alimentar do néctar. Sua forma e cores vibrantes são especialmente atraentes para essas aves.
- Interação ecológica: Além de beija-flores, as brácteas das helicônias frequentemente abrigam pequenos animais, como insetos e rãs, que se beneficiam da proteção e da umidade dentro dessas estruturas.
- Uso ornamental: É amplamente cultivada como planta ornamental em jardins tropicais e paisagismo, sendo também muito apreciada como flor de corte para arranjos florais duradouros.
- Diversidade no gênero: O gênero Heliconia inclui cerca de 200 espécies, todas nativas das Américas, e muitas delas compartilham características estéticas e ecológicas semelhantes.
- Resistência e versatilidade: Apesar de ser nativa de florestas úmidas, a Heliconia farinosa é relativamente resistente e pode ser cultivada com sucesso em jardins.
A Heliconia farinosa é um exemplo espetacular da biodiversidade tropical, contribuindo não apenas para a estética de jardins, mas também para o equilíbrio ecológico local.
5 – Blechnum brasiliense

O Blechnum brasiliense, popularmente conhecido como samambaia do brejo, é uma samambaia perene pertencente à família Blechnaceae. É uma planta de médio porte, que pode atingir de 50 cm a 1 metro de altura, com frondes (folhas) pinadas que se destacam pela coloração avermelhada ou bronzeada quando jovens, tornando-se verdes à medida que amadurecem.
A planta forma uma roseta densa e ereta, com um caule curto e rizomatoso, o que lhe confere um aspecto ornamental único, ideal para uso em jardins tropicais e sombreados.
Origem e distribuição:
A Blechnum brasiliense é nativa de florestas tropicais e subtropicais da América do Sul, com maior ocorrência no Brasil, especialmente em regiões da Mata Atlântica. Ela prospera em solos ricos e úmidos, frequentemente encontrada em áreas sombreadas e margens de rios ou córregos.
Curiosidades:
- Folhagem ornamental: A característica mais marcante dessa samambaia é o contraste entre as folhas jovens avermelhadas e as folhas maduras verdes, o que a torna uma escolha popular em projetos paisagísticos.
- Planta tolerante à sombra: É ideal para locais sombreados, como sob árvores ou em jardins internos, sendo uma excelente opção para criar áreas de destaque em locais com baixa luminosidade direta.
- Clima favorito: Apesar de ser nativa de florestas tropicais, a Blechnum brasiliense também se adapta bem a climas subtropicais, desde que o solo seja mantido úmido.
- Preservação ecológica: Como espécie nativa da Mata Atlântica, seu cultivo e proteção contribuem para a preservação da flora endêmica brasileira.
- Uso em paisagismo: É frequentemente utilizada como planta de bordadura, em canteiros ou em vasos grandes, agregando beleza e textura aos jardins.
A Blechnum brasiliense é uma excelente escolha para quem deseja incorporar a beleza das florestas tropicais em seus jardins, combinando estética, funcionalidade e uma conexão com a biodiversidade nativa brasileira.
6 – Geonoma schottiana

A Geonoma schottiana é uma palmeira nativa das florestas tropicais da América do Sul, pertencente à família Arecaceae. Ela possui um porte pequeno a médio, geralmente não ultrapassando 2 metros de altura, o que a torna uma excelente opção para jardins e espaços interiores com altura limitada. Suas folhas são pinadas, de uma coloração verde vibrante, com folíolos finos e alongados, conferindo-lhe uma aparência delicada e elegante.
A planta desenvolve um caule fino e ereto, que é liso e de cor cinza-esbranquiçada. A Geonoma schottiana é conhecida por seu crescimento lento e pelo hábito de formar touceiras, com múltiplos caules surgindo a partir de um único ponto de base, o que contribui para uma estética densa e arbustiva. Durante a floração, a planta produz inflorescências discretas, com pequenas flores de cor branca a amarelada, seguidas de pequenos frutos vermelhos.
Origem e distribuição:
A Geonoma schottiana é nativa das florestas tropicais da América do Sul, especialmente em países como Brasil, Venezuela, Guiana e Colômbia. Ela cresce naturalmente em regiões de sombra, como as bordas de florestas e áreas de mata baixa, preferindo solos úmidos e ricos em matéria orgânica.
Curiosidades:
- Palmeira de sombra: A Geonoma schottiana é uma planta que se adapta bem à sombra, o que a torna ideal para ambientes internos e jardins sombreados, especialmente em espaços onde a luz solar direta é limitada.
- Planta de crescimento lento: Esta espécie cresce relativamente devagar, o que a torna uma excelente opção para quem busca uma palmeira que se adapte a ambientes mais compactos ou para quem prefere plantas que não exijam poda constante.
- Apreciada no paisagismo: Devido ao seu porte pequeno e folhagem densa e elegante, é muito apreciada em jardins tropicais e como planta ornamental em vasos.
- Resistente a baixas temperaturas: Embora seja nativa de regiões tropicais, a Geonoma schottiana apresenta uma certa resistência a temperaturas ligeiramente mais baixas, o que a torna adequada para climas subtropicais com proteção contra geadas.
- Frutos atrativos para fauna: Os pequenos frutos vermelhos produzidos pela planta atraem aves e outros pequenos animais da fauna local, o que pode contribuir para a biodiversidade em jardins.
A Geonoma schottiana é uma excelente escolha para quem busca uma palmeira de porte pequeno e elegante, ideal para ambientes internos ou jardins sombreados, com um apelo estético tropical e baixa manutenção.
7 – Philodendron loefgrenii

O Philodendron loefgrenii é uma espécie rara e fascinante do gênero Philodendron, pertencente à família Araceae. Trata-se de uma planta epífita ou hemiepífita, encontrada crescendo em troncos de árvores ou no solo em ambientes florestais. Suas folhas são grandes, profundamente lobadas e apresentam um formato único que lembra mãos ou figuras geométricas, variando de acordo com a maturidade da planta. A coloração das folhas é predominantemente verde, com uma textura que pode ser ligeiramente coriácea.
A planta é caracterizada por um crescimento vigoroso e adaptabilidade, além de sua estética marcante, que a torna muito desejada por colecionadores e apreciadores de plantas ornamentais.
Origem e distribuição:
O Philodendron loefgrenii é nativo de florestas tropicais do Brasil, especialmente nas regiões da Mata Atlântica e em áreas de floresta densa e úmida. Seu habitat natural inclui locais sombreados e úmidos, onde a planta pode se desenvolver tanto em árvores como no chão da floresta, aproveitando a alta umidade e a fertilidade do solo.
Curiosidades:
- Espécie endêmica: É uma planta endêmica do Brasil, o que significa que não é encontrada naturalmente em outras partes do mundo.
- Adaptação ao ambiente: Como muitas espécies do gênero Philodendron, o loefgrenii é capaz de crescer como epífita (sobre árvores) ou terrestre, demonstrando grande plasticidade ecológica.
- Ornamental raro: Devido à sua raridade e forma única de folhas, é muito valorizado por colecionadores de plantas tropicais e em paisagismo de interiores.
- Polinização especializada: A planta, como outros membros da família Araceae, possui um tipo de inflorescência chamada espádice, geralmente associada a insetos específicos para sua polinização.
- Cuidados semelhantes a outras Araceae: Apesar de sua aparência exótica, é relativamente fácil de cuidar em ambientes internos, desde que sejam reproduzidas condições semelhantes às de seu habitat natural.
O Philodendron loefgrenii é um exemplo perfeito da rica biodiversidade brasileira, combinando beleza, adaptabilidade e um toque de exclusividade
8 – Neomarica cândida

A Neomarica candida, também conhecida como “flor de São José” ou “Iris da praia”, é uma planta perene da família Iridaceae, originária da América do Sul. Essa espécie é conhecida por suas folhas longas e estreitas, com coloração verde vibrante, que crescem em uma roseta basal. A planta é apreciada por suas flores grandes e delicadas, que possuem uma cor branca pura com toques de azul claro ou lilás nas pétalas, dando um efeito visual deslumbrante. As flores exalam um aroma suave, sendo atraentes para polinizadores, especialmente abelhas e beija-flores.
A Neomarica candida também é conhecida por seu hábito de florescer uma única vez, mas com múltiplas flores em uma inflorescência espigada, criando uma exibição impressionante. Quando a flor murcha, a planta geralmente produz novos brotos ao redor da base, ajudando a expandir e formar touceiras densas ao longo do tempo.
Origem e distribuição:
A Neomarica candida é nativa da América do Sul, especialmente das regiões tropicais do Brasil, onde cresce em florestas úmidas, em áreas de sombra parcial ou plena luz filtrada. Pode ser encontrada em matas e campos subtropicais, além de se adaptar bem a climas tropicais e subtropicais. Embora seja nativa de áreas de floresta, também pode ser cultivada em jardins ornamentais devido à sua resistência e beleza única.
Curiosidades:
- Flor de São José: A Neomarica candida é conhecida pelo nome popular “flor de São José” devido à sua floração em torno da época das festividades de São José.
- Ciclo de floração: Sua floração ocorre geralmente durante a primavera ou início do verão, com a planta produzindo flores exuberantes que duram apenas um dia. No entanto, a planta continua a florescer durante semanas, com novas flores se abrindo a cada dia.
- Reprodução vegetativa: A Neomarica candida pode se propagar por divisão de touceiras ou por novos brotos que surgem ao redor da planta mãe. Esses brotos são formados a partir da base da planta, o que permite que a planta se multiplique facilmente.
- Atração para polinizadores: Suas flores atraem principalmente abelhas, borboletas e beija-flores, contribuindo para o ecossistema local e sendo um bom atrativo para biodiversidade.
- Uso ornamental: A Neomarica candida é amplamente cultivada como planta ornamental devido à sua floração vistosa e ao seu porte elegante, sendo ideal para jardins tropicais, paisagismo e também como planta de interior.
- Resiliência ao clima: Embora seja nativa de regiões tropicais, é relativamente resistente a climas subtropicais e pode ser cultivada em várias condições, desde que receba luz filtrada e solo bem drenado.
Essa transformação só foi possível graças a concepção e ao trabalho dedicado do Eng. Florestal e Jardineiro Ricardo Vicentini (@ricardovicentine), além do suporte essencial da Sociedade Chauá (@chauaorg), da Riva Bem Plantas (@rivabemplantas) e do Viveiro Porto Amazonas (@vpa_oficial), onde foram adquiridas as mudas. Agradecemos a todos os envolvidos por contribuírem para esse projeto que une educação, sustentabilidade e cuidado com o meio ambiente e com as pessoas.