Bebês que dormem pouco

Bebês que dormem pouco

Bebês que dormem pouco podem sofrer com sobrepeso no futuro, diz estudo.
Veja dicas para ajudar seu filho a dormir melhor
 

sono

Tem coisa melhor que uma noite bem dormida? Acordar com disposição, bom humor e mente renovada são apenas alguns dos (muitos) benefícios trazidos pelo sono. Para as crianças, uma noite bem dormida também é sinônimo de cérebro organizado – com desenvolvimento da memória, da linguagem e da coordenação motora, além de peso controlado no futuro.

Isso mesmo! Crianças que dormem menos que as horas de sono indicadas para a sua idade (confira tabela) podem ser obesas no futuro. E mais um estudo reforça essa relação. Durante sete anos, a chefe de pediatria do Hospital Pediátrico de Massachusetts, nos Estados Unidos, Elsie Taveras, e sua equipe acompanharam, anualmente, pacientes a partir de 6 meses. Dados como altura, peso, gordura corporal, circunferência do quadril e da cintura foram relacionados com os hábitos de sono de cada um.

O resultado do estudo serve como alerta: aos 7 anos, crianças que dormiram menos horas que o recomendado pela Fundação Norte Americana do Sono (que aconselha, no mínimo, 12 horas de sono por dia às crianças menores de 2 anos, 10 horas de sono por dia para crianças de 3 e 4 anos, e nove horas de sono por dia para crianças de 5 a 7 anos) apresentaram maiores taxas de gordura corporal e abdominal. Sem contar que isso faz com que sejam mais propensas a desenvolver  problemas no coração e diabetes.

Por que isso acontece?

Uma noite de sono ruim provoca a diminuição de dois hormônios importantes: a leptina, responsável pela saciedade, e o GH, que auxilia na formação dos músculos e queima de gorduras. Se não bastasse tudo isso, dormir pouco faz com que o cérebro libere (exageradamente) a grelina, hormônio que desperta a vontade de comer, e o cortisol que, pela manhã, vai estimular (ainda mais) a ingestão de alimentos.

De acordo com Letícia Sosterm, coordenadora do laboratório do sono infantil do Instituto da Criança do Hospital das Clinicas da USP (SP),  um recém-nascido deveria dormir de 16 a 20 horas. Já, para uma criança de 1 ano, por exemplo, o indicado são 13 horas de sono, incluindo a soneca – que pode variar entre 2,5 h ou 3 h. “Tão importante quanto a quantidade de horas, no entanto, é a qualidade do sono. Por isso, é superimportante os pais observarem garantirem um sono tranquilo”, diz Letícia.

Para evitar as más consequências de uma noite mal-dormida, CRESCER, junto com a especialista Letícia Sosterm, reuniu 4 dicas para ajudar você a colocar seu filho na cama – sem drama – e fazê-lo dormir bem.

Barriga para cima, sempre!

Se o seu filho ainda é muito novinho, coloque-o para dormir com a barriga para cima. Além de respirar melhor, é comprovado que essa posição reduz o risco de morte súbita. Em caso de vômito, ele é capaz de girar a cabeça para o lado e evitar o engasgo.

Rotina desde cedo

Duas horas antes de seu filho ir para a cama, sirva o jantar (para dar tempo de a refeição ser digerida) e diminua o ritmo da casa. Um banho também ajuda a acalmar. Melhor trocar a TV, o videogame ou os tablets por brincadeiras mais calmas e pela leitura de um livro.

Na hora de colocá-lo para dormir, vista o pijama e ofereça um pouco de leite (ou amamente, no caso dos menores). Com ele já deitado na cama ou no berço, conte uma história  (inventada também vale…). Uma música calminha ou até mesmo cantada por você pode fazer parte deste momento.

Quando já estiver quase dormindo, dê um beijinho de boa noite e deixe-o adormecer sozinho.
Pode ser que seu filho demore para se adaptar à rotina. Isso é normal. O importante é se manter firme e repetir a técnica por pelo menos 15 dias antes de fazer qualquer mudança. Aos poucos, por já saber o que esperar, a criança fica mais segura e, com certeza, vai dormir melhor.

E se o “chororô” começar?

Se seu filho começar a chorar logo após você sair do quarto, respire fundo e não entre em pânico. Aguarde alguns minutos e observe se ele não se acalma sozinho. Caso não pare, volte ao quarto dele e explique que está tudo bem e que chegou a hora de dormir. Vale reforçar que o quarto é um ambiente seguro e que não há nada para temer. Se ele pedir para você ficar mais um pouquinho com ele, fique! Leia mais uma história, faça um carinho e saia novamente. Não caia na tentação de levá-lo para a cama com você. Deixe esse momento apenas como uma exceção.

Cochilos durante o dia? Sim!

Até os 2 anos, as sonecas ocorrem, geralmente, em dois momentos: uma pela manhã, entre 10h30 e 11h, e outra à tarde, entre 14h e 14h30. Por volta dos 3 anos, o cochilo não deve passar de uma hora e acontece uma vez ao dia. Aos 4 anos, em média, a criança já não tem mais necessidade de tirar uma soneca.

O ambiente do cochilo deve ser diferente do sono da noite, para que a criança não confunda um com o outro. Deixe a janela meio aberta e mantenha a rotina normal da casa. O mais importante é não permitir que a soneca dormir a tarde toda ou depois das 18h. “Se ela dorme neste horário, ela gasta todo o seu sono e vai ter dificuldade para dormir depois”, afirma Letícia.

Caso você tenha feito de tudo e o seu filho continue com muito problema para dormir, vale uma conversa com o pediatra.

Fonte: Revista Crescer.

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